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Crônica ao cerimonialista

Silvio Lobo (resumida)

“Qual o mistério que envolve esse alguém, que autoridade não é, mas a ela orienta comprimentos, expressões e procedimento?

Quem é esse que com perspicácia administra gafes e descontrações, transforma simplicidade em formalidade, sem perder a importância e o respeito, cumpre e faz cumprir a hierarquia e antecipa detalhes para evitar o imprevisto?

Que extraordinária influência exerce esse profissional sobre os dirigentes do mundo para definir ordem de etiqueta, recepcionar e ser recepcionado, servir e ser servido, atender e ser atendido?

Que vasto conhecimento é dotado esse ser humano, para decidir estilos, selecionar qualidades e medir necessidades?

Esse, quem tem sempre um sorriso nos lábios, alegria nos olhos, respostas rápidas e soluções precisas é o cerimonialista.

Sim, é ele quem planeja, organiza executa, avalia e ao final senta-se na ultima poltrona, sorrindo para si mesmo, no silêncio do salão, agora deserto, ouvindo o bater do próprio coração e o ressoar dos últimos passos da plateia para disser:

“Obrigada, meu Deus, por ter-me permitido não falhar”

Esso poema foi tirado do livro: “Protocolo Cerimonial e Etiqueta em eventos”

Ecad é condenado a ressarcir noiva por cobrança em casamento

Depois de quase dez anos de uma união que gerou três filhos, a advogada Kadja Brandão Vieira e o ex-oficial da Marinha Renato José da Cunha Faria decidiram enfim celebrar o casamento. Para sediar a festa, marcada para o dia 27 de novembro de 2010.

Ao assinar o contrato de locação, a noiva foi informada de que deveria pagar uma taxa referente aos direitos autorais das músicas que viriam a ser trilha sonora do enlace.
O marido desembolsaram mais R$ 1.875, destinados ao ao Escritório Central de Arrecadação e Distribuição, o Ecad. Passadas as comemorações, os dois decidiram entrar com um processo contra a cobrança do Ecad, o juiz Paulo Roberto Jangutta, do 7º Juizado Especial Cível do Rio, condenou o Ecad a indenizar Kadja e Renato em R$ 5 mil, além de devolver a quantia paga pelo casal.
Para o magistrado, o casamento é, por definição, “uma festa íntima, na qual inexiste intenção lucrativa, seja de forma direta ou indireta. Festas de casamento podem ser realizadas com fim religioso, como celebração de um ritual civil ou como mera comemoração de uma realização pessoal, porém, não lhes é inerente qualquer aspecto empresarial, ainda que se trate de um evento de alta produção”, escreveu Jangutta em sua sentença, abrindo precedentes para que outros cônjuges também questionem o pagamento judicialmente.
“Quando soube da existência desta taxa, me senti lesada. Até pela forma como a cobrança é feita: me enviaram um formulário por e-mail, preenchi, mandei de volta para o Ecad com uma cópia do contrato do aluguel do espaço e recebi um boleto de pagamento. Não tive a oportunidade de negociar e nem mesmo de entender a que aqueles R$ 1.875 se referiam. – contou a advogada ao GLOBO, por telefone.Relatos de festas que teriam sido interrompidas por decisão do Ecad intimidaram os noivos, que decidiram acatar a decisão.

Quando você organiza uma festa de casamento, você tem mil coisas para decidir e resolver, brigar na Justiça não é uma opção. Só recebi o boleto de pagamento numa sexta-feira à noite, na vespéra do casamento e me desesperei, porque já não tinha como pagar àquela hora. Fiz minha mãe subir ao altar com um o talão de cheques na bolsa, estava tudo pronto para o caso de os fiscais do Ecad aparecerem. Felizmente isso não aconteceu, mas na volta da lua de mel precisei entrar em contato com eles novamente para pedir uma segunda via do boleto e então efetuar o pagamento. Se eu não pagasse, havia o risco de eles cobrarem da Marinha, responsável pela Ilha Fiscal.”

Resolvida a questão, Kadja enfim decidiu entrar com um processo para reaver o dinheiro junto ao Ecad. Segundo a advogada, que representou a si mesma no processo, o valor cobrado foi calculado não com base nas horas ou na quantidade de músicas tocadas, mas em cima de uma porcentagem do valor pago pelo aluguel do salão.

Com a contestação da cobrança, os noivos esperam servir de exemplo para mais casais ou mesmo realizadores de eventos sem fins lucrativos e que, portanto, não estão ganhando com a execução de músicas durante o evento.